domingo, 22 de novembro de 2009

O drama de LUCINANA (viver a vida) e a vida real.

Nos últimos dias, o Brasil inteiro tem acompanhado o drama de Luciana, a modelo interpretada por Alinne Moraes na novela Viver a Vida, da Rede Globo. Bonita, alegre, divertida e entusiasmada, Luciana sofreu um acidente automobilístico na Jordânia, onde estava a trabalho, e teve a coluna gravemente machucada. Irreversíveis, as lesões a deixaram tetraplégica, de acordo com o primeiro diagnóstico. Nos próximos capítulos, o público acompanhará dia a dia a adaptação da moça à nova - e extremamente difícil - realidade.

A atriz revela que interpretar uma personagem tão peculiar é um aprendizado e tanto. "Durante quatro meses trabalhei o corpo e conversei com muita gente sobre o assunto. Eu era completamente leiga sobre o assunto. Tive contato com pessoas que convivem com essa dificuldade há muitos anos. Mas, o mais incrível, foi descobrir que cada uma delas é diferente, que lida com o problema de uma maneira individual. Isso me dá muita liberdade para trabalhar a Luciana do meu jeito. Estou aberta e acho ótimo me surpreender conforme chegam as cenas. A emoção está viva", descreve Alinne, ciente da importância que a personagem tem - e terá - para muitas pessoas na mesma condição.

De acordo com a psicóloga Maria Claudia Cristianini, da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape), as pessoas que de uma hora para a outra se veem com uma deficiência física costumam atravessar quatro fases. A primeira é a de choque total diante da nova condição. "Na segunda, denominada negação, o paciente acredita que poderá voltar a andar e, ao entrar em contato com a realidade, assume um comportamento de defesa", explica Maria Claudia. O terceiro estágio é o de reconhecimento - a pessoa decide iniciar um tratamento (fisioterapia, psicoterapia etc.), em geral em um centro de reabilitação. "O contato com outros pacientes e a persistência do quadro a fazem tomar consciência da real situação. É comum, nesse período, acontecerem episódios de ansiedade e depressão, que muitas vezes são identificados por queixas físicas, como excesso de dores. E, por fim, a última etapa é a da aceitação. "O paciente começa a se reintegrar socialmente e apresentar autoeficiência dentro de suas limitações", destaca a psicóloga.

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